Pequenas partículas estão presentes em todos os lugares.
Agência Onu News - 11/06/2025 18:09:39 | Foto: Aiea/Francois Oberhaensli/Hugo J
O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, lançou um guia sobre os riscos dos microplásticos. Encontrados na água, no solo e no ar, eles são nocivos à saúde humana e ao planeta.
Segundo a agência da ONU, 2,7 milhões de toneladas de microplásticos vazaram para o meio ambiente em 2020, uma estimativa que deve dobrar até 2040.
Primeiro Tratado contra Poluição Plástica
Os microplásticos podem entrar no corpo humano por ingestão e inalação. Ainda não se sabe se os nanoplásticos, que têm menos de 1 micrômetro de diâmetro podem penetrar na pele, como já sugerem algumas pesquisas.
Para marca o Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, o Pnuma publicou um guia explanatório sobre os riscos dos microplásticos e como o problema deve ser combatido.
Este ano, o Dia Mundial lançou a campanha #BeatPlastiollution ou #Combata a poluição plástica. O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu aos Estados-membros da ONU que acelerem esforços para aprovar o primeiro Tratado contra Poluição Plástica no mundo.
200 milhões de toneladas são plástico descartável
Em agosto, os negociadores devem retornar à mesa, em Genebra, na Suíça, após uma primeira tentativa de aprovar o acordo ter fracassado.
Guterres pede pressa para que o tratado contenha o desafio da poluição por plásticos.
Metade das mais de 400 milhões de toneladas de plástico, produzidas anualmente pelo globo, é projetada para ser usada apenas uma vez.
Pnuma: o que são os microplásticos?
Existem várias definições. Uma abordagem amplamente utilizada define microplásticos como qualquer fragmento de plástico com largura entre 1 nanômetro e 5 milímetros. Um nanômetro é apenas uma fração da largura de um fio de cabelo humano, e 5 milímetros é aproximadamente a largura de uma aliança de casamento.
De onde vêm os microplásticos?
A diretora da Divisão de Ecossistemas do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, Susan Gardner afirma que existem duas fontes principais. Alguns plásticos são feitos para serem pequenos. Eles são conhecidos como microplásticos primários, como as microesferas adicionadas intencionalmente a sabonetes faciais e outros produtos de higiene pessoal. Mas a maioria dos microplásticos provém da lenta desintegração de produtos plásticos maiores, incluindo filme plástico, embalagens de comida para viagem, roupas de poliéster, pneus, tinta e grama sintética. Estes são conhecidos como microplásticos secundários.
Quão comuns são os microplásticos?
Muito. Eles são encontrados na água, no solo e no ar. De acordo com uma estimativa, 2,7 milhões de toneladas de microplásticos vazaram para o meio ambiente em 2020, uma estimativa que deve dobrar até 2040. "É provavelmente seguro dizer que os microplásticos estão em quase todos os lugares", diz Gardner, cuja divisão trabalha para combater a poluição plástica em lagos, rios e oceanos.
Como os microplásticos entram no meio ambiente?
Existem várias maneiras. Com o tempo, produtos plásticos descartados como garrafas de água e filme plástico podem se decompor em microplásticos. Tecidos sintéticos, como o poliéster, podem liberar fibras de microplástico ao serem lavados. Os microplásticos também são liberados no meio ambiente quando as pessoas usam produtos contaminados com essas partículas.
No entanto, os microplásticos encontram seu caminho para o meio ambiente e, uma vez lá, se espalham. Pesquisas mostraram que as partículas podem se mover pela cadeia alimentar, bem como pelo solo, água, gelo e até mesmo pelo ar.
“Estamos apenas começando a entender como os microplásticos viajam e onde acabam”, diz Gardner. “Mas o que sabemos com certeza é que, quando acabam no meio ambiente, também acabam na nossa cadeia alimentar. Os cientistas ainda estão tentando entender o potencial impacto em nossa saúde, mas há motivos reais para preocupação.”
Por que os microplásticos são potencialmente um problema para as pessoas?
Os microplásticos podem entrar no corpo humano por ingestão e inalação. Ainda não se sabe se os nanoplásticos – que têm menos de 1 micrômetro de diâmetro – podem penetrar na pele, como sugerem algumas pesquisas.
Um estudo de 2019 descobriu que alguns adultos podem estar consumindo entre 39 mil e 52 mil partículas de microplástico por ano, em média, dependendo de sua localização e do que fazem. Microplásticos foram encontrados em todo o corpo humano, inclusive nas paredes das artérias.
Os microplásticos são prejudiciais às plantas, aos animais e ao meio ambiente em geral?
Sim. Um estudo descobriu que eles podem retardar o crescimento de uma alga marinha microscópica conhecida como fitoplâncton, a base de várias cadeias alimentares aquáticas. Outro relatório descobriu que os microplásticos podem tornar o solo menos fértil, prejudicando as colheitas. Os microplásticos podem acelerar o derretimento da neve e do gelo em locais como o Ártico, limitando a capacidade do planeta de refletir a luz solar e acelerando o aquecimento global, sugeriu um estudo.
Como reduzir a quantidade de microplásticos no meio ambiente?
Um primeiro o é que as empresas parem de adicionar microplásticos desnecessários aos produtos, afirma Gardner. Também é importante redesenhar os produtos para que contenham menos plástico e soltem menos fibras plásticas, mas que também não sejam liberados no meio ambiente ao final da vida útil. Reforçar os sistemas de coleta e reciclagem de resíduos ajudaria a evitar que produtos plásticos escapem para o meio ambiente, onde se decompõem em microplásticos.
Alguém está fazendo algo sobre os microplásticos?
Sim, há um esforço global crescente para combater a poluição plástica. Por exemplo, o Dia Mundial do Meio Ambiente deste ano – uma celebração anual da Terra em 5 de junho e organizada pelo Pnuma – destacará soluções para a poluição plástica e o problema dos microplásticos. Enquanto isso, os países do mundo estão negociando um acordo internacional juridicamente vinculativo para acabar com a poluição plástica. As negociações serão retomadas em Genebra, Suíça, em agosto.
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